No dia do artesão, que é comemorado em 19 de março, a Associação Comercial de Monte Verde (ACMV) mantém-se firme em seu propósito de investir em seus artistas e no turismo cultural para melhorar público-alvo e diversificar a procura pelo distrito mineiro.

Além do friozinho da montanha e de paisagens deslumbrantes, o vilarejo que é distrito da mineira cidade de Camanducaia, principalmente agora a partir de a sua reabertura para a Semana Santa, abriga imperdíveis atrações.

Em geral, pousadas e hotéis românticos, a ótima gastronomia oferecida pelos restaurantes, as atividades de ecoturismo e as fábricas e lojas de chocolates fazem parte do roteiro dos visitantes, que deixam passar despercebida a arte local. 

Exatamente por isso, a ACMV acaba de criar o Roteiro dos Ateliês, iniciativa inédita lançada para comemorar o Dia do Artesão. Monte Verde é refúgio de artistas que adotaram a arte Bauernmalerei, uma técnica de pintura bastante utilizada em regiões campestres de países europeus, como Áustria, Alemanha, Hungria e Suíça.

Esse estilo de arte traz traços próprios e coloridos, retratando flores e a natureza que alegram as casas durante os rígidos períodos de Inverno com muita neve. Nada mais próprio para esse vilarejo mineiro com ar tipicamente de montanha.

Com  ares de cidade europeia e início de sua formação por letões e germânicos, Monte Verde é conhecido pela arte que hoje produz e que ali chegou pelas mãos de uma nordestina vinda do Recife (PE) há mais de 40 anos: Maria Carmem Osterne, artista plástica e pesquisadora, que ao chegar ao distrito começou a difundir e a ensinar a pintura Bauernmalerei.

A aceitação foi imediata e as peças coloridas começaram a enfeitar os jardins e as ruas, tornando o vilarejo ainda mais acolhedor e diferenciado. Vendo a propagação da arte Bauer, Maria Carmem entendeu que essa poderia ser a marca de Monte Verde e, em 2009, registrou o estilo de pintura como patrimônio cultural da cidade.

Peças variadas podem ser encontradas na pequena vila mineira, pintadas pelas hábeis mãos femininas, com destaque para 13 artistas artesãs. São elas:

Helenna D' Amore é a precursora e criadora do Ateliê Casinha Pequenina, que fica na Rua da Represa. Natural de São Paulo. Ela  mora em Monte Verde há sete anos e começou cedo a se interessar pela pintura das peças do Baulermarelai. 

Dedicando todo o seu tempo a essa arte tradicional. Hellena é puro talento, pois tem apenas 13 anos de idade e é a nova geração a serviço da arte, do artesanato e da cultura. O seu ateliê funciona anexo a pousada de mesmo nome e o seu contato é (35) 3438-1129.

No comando do Espaço Bauer Ateliê, Cristina Aparecida Camargo, mineira de Sapucaí Mirim, foi conquistada por Monte Verde em 1994. No distrito, foi trabalhar em um ateliê onde descobriu e imediatamente se apaixonou o estilo das pinturas dos Alpes. 

Discípula de Maria Carmem Osterne, a artista é uma das mais destacadas artistas de Monte Verde. Atualmente, ela tem como um dos pontos altos de seu trabalho os pratos em madeira torneados pelas mãos do marido. 

Além dos pratos decorativos totalmente artesanais, Cristina dá “alma” também a vasos, latões de leite e outras peças, que podem ser encontradas no Espaço Bauer Ateliê, na Av. Monte Verde, 1.035, na charmosa Galeria das Flores, ou no Instagram @espacobaueratelier.

Flores pintadas pela artista Sônia Nogueira certamente estão nas fotos de todos os turistas que visitam Monte Verde. São elas que enfeitam o ponto mais fotografado da cidade, o termômetro. ArtCasa Ateliê Store é o nome do espaço de arte desta paulista que migrou para a  vila aos sete anos de idade.

A artista começou a pintar em 2004, quando foi aluna de Maria Carmem Osterne, pioneira na arte Bauer em Monte Verde. Depois, se especializou em outras técnicas em Pomerode e Blumenau, cidades de Santa Catarina. Em seu ateliê é possível comprar peças da artista e ter aulas de pintura Bauernmalerei, entre outras atividades. O endereço é Rua Aeroporto, 149.

O Cantinho Doce guarda peças disponíveis para a compra da monte-verdense Margareth de Oliveira Ribeiro. Ela também foi discípula de Maria Carmem Osterne e pinta por amor. O endereço é Rua Virgo, 12, Jardim das Montanhas.

Marcília Magalhães Simplício da Silva é mais uma mineira, nascida na cidade de Natércia. Professora que prestou concurso para lecionar em Monte Verde e passou, a artista se mudou para o pequeno pedaço de paraíso no alto da montanha, onde se casou com marceneiro em 2004 e começou a aprender a técnica de pintura Bauer como lazer. 

Ao ver  as sobras de madeiras que acabariam sendo queimadas na marcenaria  do marido, Marcília resolveu dar uma nova vida a elas. Hoje, produz quadros e pratos em madeira coloridos, que dão vida a qualquer ambiente. Mesmo sendo uma das referências da cidade, a artista não vende seus trabalhos, apenas os produz apenas por lazer.

Assim como Marcília, Eliana Quintella (Lee) não nasceu em Monte Verde. Paulistana com casa de veraneio no distrito desde 1991, ela passou a morar lá há 11 anos. Apaixonada pela pintura Bauer, a artista produz peças por lazer, mas aceita encomendas. Suas peças podem ser vistas na CasadaLee, hospedagem charmosa da Eliana, que fica na Av. Serrana, 480.

Silvia Dauch é uma paulistana que, em busca de uma vida mais saudável, abandonou a capital para tocar a pousada da família na vila mineira. Em 2019, começou a aprender a técnica europeia de pintura que até hoje pratica como hobby, procurando sempre reciclar e repaginar peças que seriam descartadas, dando nova vida a elas. 

A artista paulistana também não comercializa as peças que produz, mas seu trabalho merece ser conhecidas. Muitos itens do acervo de Silvia estão expostos na Pousada Águia da Montanha, na Rua Uirapurus, 248.

Niedja Xavier Gomes, do Ateliê Arte na Montanha, é natural de Natal (RN) e se  mudou para Monte Verde em 2012, tornando-se mais uma apaixonada por Bauernmalerei. Teve aula com Sônia Nogueira. Seu ateliê fica na Rua do Curral, 211.

Artesanato e gastronomia dão o tom da arte de Nilce Helena Martins. No Jam Jelly Store, espaço de sua propriedade, a artista oferece geleias artesanais produzidas por ela e dá aulas de pintura da técnica que já se tornou marca de Monte Verde,.

Nas aulas, Nilce Helena passa adiante o conhecimento da arte que aprendeu com Maria Carmem Osterne, aproveitando ainda para criar peças únicas. O espaço fica na Rua da Mantiqueira, 81.

No Ateliê Paula Bars é possível encontrar uma variedade de peças da artista, que é  autodidata e tem formação em designer. O trabalho de Paula Bars  transita de pinturas em aquarela e pinturas em tela  a “folk art” com base nas técnicas Bauernmalerei e Rosemaling.

Todas as peças são autorais. 

Nascida em São Paulo, Paula participou de vários programas de tevê ensinando artesanato e encontrou em Monte Verde um refúgio de paz e beleza para desenvolver seus trabalhos que estão no instagram @paulabars_atelie e na lojinha da charmosa pousada que fica na Rua Europa, 125.

Izildinha Antonelli nasceu em Ibitinga, Interior paulista, e foi estudar em São Paulo. Na  capital, conheceu em 1980 o seu marido, de origem alemã.  O casal viajou para Monte Verde e se apaixonou pelo vilarejo, onde inaugurou um hotel, empreendimento que traz o ar germânico para decoração, com móveis pintados pelos dois. 

Izildinha tem uma longa passagem na pintura de cerâmica e faiança. No início da pandemia, um projeto local a trouxe de volta para o estilo Bauernmalerei, com o qual a artista vem produzindo peças únicas e alegres que podem ser encontradas na Travessa da Pedra, 2.

José Bernardo P. Guimarães e Mônica Dantas Guimarães começaram a cultivar seu amor pela arte na adolescência como uma brincadeira. Autodidatas, o trabalho dos artistas  é 100% produzido por eles dois, desde o corte até as pinturas das peças. 

Entre outros itens, a obra dos casal tem como ponto  forte as placas personalizadas e prontas, os comedouros e as casinhas de passarinho, além de quadros. O Ateliê Monte Verde fica na Alameda Pinheiral 27, instagram : @ateliermonteverdeoicial.

 

E o roteiro só poderia mesmo terminar com Manuella Osterne, herdeira das habilidades da mãe, Maria Carmem Osterne, que foi mestra e introdutora da arte Bauer, marca da cidade. A artista traz o legado de manter essa arte viva e isso pode ser visto nos diversos projetos sociais criados por ela, como A Semana Cultural da Pintura Bauernmalerei, aprovada em lei.

Manuella leva o nome de sua mãe às escolas do município, usando a reciclagem como matéria-prima. Vale a pena conhecer melhor os trabalhos desenvolvidos por essa artista recifense que faz arte desde os 10 anos. É só acessar @monteverde.e.o.bauer e @reciclate.monteverde.mg

Mais informações sobre a ACVM,  no instagram: @acmvmonteverde.